Como escolher a sua residência médica? Veja as dicas do Revisamed

como escolher a residencia médica

Como escolher a sua residência médica? Esta é uma questão que deixa em dúvida quase todos os médicos recém-formados.

Para decidir a especialidade médica que vai seguir é preciso levar em consideração uma série de questões, que passa pela vocação, pela qualidade da instituição onde cursar a residência médica e como você imagina a sua rotina de trabalho ideal no futuro.

É claro que escolher a sua residência médica é muito mais pessoal, mas nós queremos, com este artigo, te ajudar a pensar em alguns pontos que podem passar despercebidos, mas são importantes na hora de decidir a sua especialização

A ideia é ajudá-lo a tirar dúvidas e melhor fundamentar a principal escolha na carreira do médico

Além disto, vamos ter dar uma visão geral da titulação médica em todo país com bases nos dados do estudo Demografia Médica: O perfil do Médico Brasileiro , realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) , com o apoio institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Alunos no preparatório de residência médica

Escolher a residência médica exige muita reflexão

Começamos, portanto, com o que levar em consideração na hora de escolher a residência médica:

1 – O peso da instituição influencia em como escolher a sua residência médica:

Tenha em mente onde pretende se especializar. Há instituições e centros altamente reconhecidos na área em que atuam. A concorrência por centros de referência é grande.

Vale a pena optar  pela porte da instituição independente da especialidade médica? Por outro lado, o melhor é seguir a especialidade que deseja mesmo em uma instituição menor?.

Ou, ainda, é melhor se preparar para fazer a residência médica escolhida na instituição de maior peso?

2 – Não basta querer, tem que se preparar para a residência escolhida:

Se você quer ser cardiologista, neurologista, urologista, pneumologista, pediatra, etc, etc, etc…. não importa. Terá que estar bem preparado.

Em outras palavras, a residência médica é sempre muito concorrida.

3 – Como escolher a sua residência médica: com que tipo de paciente você deseja trabalhar:

Este é um ponto importante para uma reflexão. Dependendo da sua especialização, você terá um perfil comum entre os seus pacientes.

É preciso ter mente com que área você mais se identifica. Quer atuar com doenças curáveis, incuráveis, agudas, crônicas… enfim, resumindo, avalie a área e o perfil do seu paciente

4 – Qual especialidade médica ganha mais ?

A sua necessidade financeira é outro ponto a se pensar muito. Há áreas mais e menos valorizadas. O ideal é fazer uma pesquisa de mercado. Afinal, os valores variam muito.

Aqui é importante ressaltar que você poderá ter também mais ou menos reconhecimento, dependendo da especialização. Mas, contudo, um ponto é determinante: a saúde financeira é importante, porém ela virá se você trabalhar com aquilo que gosta, independente da sua especialização.

5 – Tranquilidade ou corre-corre

Que médico trabalha muito, ninguém tem dúvidas. Não há hora para nada. É sempre um corre-corre entre consultório, clínicas e hospitais, uma carga de trabalho bastante pesada. 

E tem mais: a atualização, o estudo constante, é uma exigência da área médica. Portanto, é preciso estar preparado e decidido do que você quer para o seu futuro.

6 -Ainda sobre a rotina diária do médico

O que te faz mais feliz: ter flexibilidade de horários, agendas marcadas ou gosta mesmo do imprevisível!!! Plantões, consultório, centro cirúrgico, ambulatório…  

A área que escolher da residência médica vai direcionar para o seu local de trabalho… Seja passar mais tempo em ambiente fechado fazendo plantões, ou como anestesiologista no centro cirúrgico ou no consultório clínico.

Portando, ao escolher a residência médica tenha em mente onde você vai (ou quer) trabalhar.

Conheça um pouco mais de cada especialidade médica

Com base em pesquisa de sites das associações médicas, conselhos e opinião de especialistas de cada área médica o curso Revisamed, Preparatório para a Residência Médica e de Atualização Médica preparou um resumo com as principais informações de cada especialidade para que você não tenha dúvidas na hora de escolher a sua residência médica ideal.

Em agosto de 2018, o Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou as especialidades médicas e áreas de atuação que reconhecidas pelo conselho.

Como são muitas áreas, vamos dividir este blogpost Como escolher a sua residência médica em duas partes para as especialidades médicas com acesso direto.

Nesta primeira parte, você vai conhecer um pouco mais das seguintes áreas: Acupuntura, Anestesiologia, Cirurgião de Mão, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Dermatologia, Genética Médica, Homeopatia, Infectologia, Medicina da Saúde e Comunidade, Medicina do Tráfego, Medicina do Trabalho, Medicina Esportiva. Vamos lá:

Conheça um pouco mais de cada especialidade médica e saiba como escolher a sua residência médica – primeira parte.

ACUPUNTURA
Título de especialista em ACUPUNTURA
Formação: 2 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Acupuntura
AMB: Concurso do Convênio AMB/Colégio Médico de Acupuntura

Resumo: método terapêutico que se caracteriza pela inserção de agulhas na superfície corporal para tratar doenças e promover a saúde. Originária na China é reconhecida pela CFM desde 1995. A formação do médico acupunturista é feita como pós-graduação ou residência, e envolve o conhecimento de princípios básicos da filosofia chinesa, da medicina tradicional, o estudo da localização dos pontos de acupuntura e o reconhecimento das várias síndromes clínicas com etiologia, fisiopatologia e tratamento, tudo baseado na medicina tradicional chinesa. Acupuntura é praticada em consultórios e clínicas privadas e é obrigatoriamente oferecida aos beneficiários de planos de saúde. O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura tem registrados cerca de 3.200 acupunturistas.

ANESTESIOLOGISTA
Título de especialista em ANESTESIOLOGIA 
Formação: 3 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Anestesiologia
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Resumo: realização de procedimentos invasivos e disposição para acompanhar os avanços tecnológicos precisam fazer parte do perfil do anestesiologista. A área de atuação está cada vez mais ampliada, não se limitando ao centro cirúrgico e ao período intraoperatório. O anestesiologista está presente desde a avaliação pré-operatória às solicitações de exames e orientações necessárias. Interage de forma muito íntima, com colegas das unidades de tratamento.  O especialista ainda atende casos não cirúrgicos, como paciente com dores crônicas. São aproximadamente 21 mil anestesistas registrados pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

CIRURGIA DA MÃO
Título de especialista em CIRURGIA DA MÃO
Formação: 2 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Cirurgia da Mão
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão

Resumo: O cirurgião de mão é o médico responsável por reparar e reconstruir lesões ósseas, tendinosas, ligamentares, nervosas, musculares e de cobertura cutânea nas mãos, punhos e cotovelos. Também atua no tratamento de doenças degenerativas e deformidades congênitas de mãos e punhos. É um  profissional com treinamento em microcirurgia o que o habilita a realizar reimplantes de segmentos amputados, transferência de tecidos à distância (retalhos microcirúrgicos), bem como realizar reparo de lesões de nervos periféricos não só nas mãos, mas em todo o corpo (membros superiores, membros inferiores e plexo braquial).Requer como pré-requisito formação em Ortopedia e Traumatologia ou Cirurgia Plástica. O profissional deve gostar de técnicas cirúrgicas complexas e delicadas e estar habituado a fazer procedimentos reconstrutivos não só na mão, mas em qualquer lugar do corpo. Nada de rotina nesta especialidade. Hospitais públicos, privados e particulares; clínicas ambulatoriais; hospitais pediátricos para tratar das deformidades congênitas; centros de pesquisas clínicas; além de consultório particular são locais de trabalho. O cirurgião de mão poderá atuar no diagnóstico, tratamento conservador e tratamento cirúrgico. A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão contava com cerca de 700 especialistas

CIRURGIA GERAL
Título de especialista em CIRURGIA GERAL
Formação: 3 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral
AMB: Concurso do Convênio AMB/Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Resumo: Tem como pré-requisito o diploma em Medicina. O perfil do cirurgião geral pode variar, mas é inerente à especialidade a necessidade de resistência física, controle do fator emocional e segurança na tomada de decisão. Ter um bom conhecimento de clínica cirúrgica é um grande diferencial. O dia a dia do cirurgião se resume em realizar cirurgias marcadas previamente (eletivas), cirurgias de urgência ou por complicações de cirurgias já realizadas, visita e evolução dos pacientes de pós-operatório. Como cirurgião geral, o médico pode atuar como autônomo sendo o cirurgião principal de sua equipe (compostos por outros cirurgiões, anestesista e instrumentador), auxiliando cirurgiões mais experientes, realizar plantões ou atuar como parecerista em hospitais de emergência/trauma e ser docente em alguma instituição de ensino. O cirurgião pode realizar cirurgias ditas “abertas” (clássica), cirurgias videolaparoscópicas (introduzindo câmeras por pequenos orifícios abertos no paciente ou por orifícios naturais) e, mais atualmente, a cirurgia com assistência robótica. O Colégio Brasileiro de Cirurgiões tem aproximadamente 30 mil cirurgiões registrados.

CLÍNICA MÉDICA
Título de especialista em CLÍNICA MÉDICA
Formação: 3 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Clínica Médica
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Clínica Médica

Resumo: A Clínica Médica é considerada uma das áreas bases da medicina. Engloba conteúdo das diversas especialidades clínicas: você acaba sempre lendo e sabendo um pouco de tudo. O ponto forte são os desafios diagnósticos: os pacientes se apresentam com um conjunto de sinais e sintomas e é o clínico o grande responsável pela investigação.  Engloba a atenção primária/atenção básica, concentrada no nível ambulatorial, mas também a medicina interna, responsável pela visita dos pacientes internados. Do mesmo modo, a maior parte dos emergencistas são hoje clínicos. Outra área importante de atuação são as ações preventivas individuais. A maioria dos clínicos novos tem procurado ter uma área na qual ele aprofundou a experiência e o conhecimento, em geral acompanhando um serviço especializado ou por mestrado e doutorado. Como exemplo, temos clínicos com maior atuação em hepatologia, hipertensão, colagenoses, entre outras. Todo médico que escolher uma especialidade clínica, com exceção de dermato e neuro, deverá realizar a residência de clínica médica (2 anos) antes do ingresso na especialidade. A rotina mais comum de um clínico é trabalhar vinculado a um hospital pela manhã, fazer o consultório à tarde e dar algum plantão à noite. O clínico é hoje o profissional com maior campo de trabalho.  A Sociedade Brasileira de Clínica Médica tem 35 mil clínicos registrados.

DERMATOLOGIA
Título de especialista em DERMATOLOGIA
Formação: 3 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Dermatologia
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Dermatologia

Resumo: Área médica que  trata das doenças da pele, tecido subcutâneo, cabelos e unhas. Abrange toda área da Dermatologia clínica e cirúrgica, assim como a Cosmiatria (área da Dermatologia que trata da beleza e alterações estéticas da pele). A rotina em geral é ambulatorial, atendimento clínicos, pequenos procedimentos cirúrgicos e tratamento estéticos, que também podem ser realizados no consultório. Há possibilidade de cirurgias de maior porte em centros cirúrgicos. No campo de trabalho, o profissional pode ter consultório próprio ou atuar em clínicas, além de concursos púbicos. São registrados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia cerca de 7 mil profissionais.

GENÉTICA MÉDICA
Título de especialista em GENÉTICA MÉDICA
Formação: 3 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Genética Médica
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Genética Médica

Resumo: A Genética Médica é uma especialidade que realiza avaliação clínica, diagnóstico, tratamento e aconselhamento genético de indivíduos e famílias com diversos tipos de afecções, assim como suporte e consultoria para outras especialidades médicas e demais profissões da saúde. O médico geneticista especializa-se por meio de residência médica na área e atua na investigação diagnóstica e orientação nas seguintes áreas: a) Esterilidade e Infertilidade masculina e feminina b) Fertilização assistida c) Diagnóstico pré-implantacional d) Diagnóstico pré-natal e) Triagem neonatal f) Defeitos congênitos g) Problemas neurológicos como atraso de desenvolvimento, hipotonia, involução de desenvolvimento, entre outros h) Déficit intelectual i) Doenças neurodegenerativas da idade adulta j) Câncer. O geneticista atua também na coleta e  interpretação de dados populacionais de defeitos congênitos e outras condições geneticamente determinadas e na investigação de fatores ambientais que podem causa de defeitos congênitos. Com os avanços laboratoriais para diagnóstico de doenças genéticas, um novo ramo desta especialidade foi consolidado, a Medicina Genômica. Esta área objetiva a identificação de características individuais para prevenção e diagnóstico precoce de doenças comuns, que geralmente têm envolvimento de fatores ambientais. A partir desses conhecimentos, abrem-se perspectivas de prevenção personalizadas, que podem incluir mudanças de estilo de vida, rastreamento de problemas de saúde com maior ou menor frequência e suspensão ou adequação de doses de medicamentos de uso crônico e agudo.

HOMEOPATIA
Título de especialista em HOMEOPATIA
Formação: 2 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Homeopatia
AMB: Concurso do Convênio AMB/Associação Médica Homeopática Brasileira

Resumo: A homeopatia é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1980. Por meio dessa especialidade é possível tratar diversas doenças — desde as alergias respiratórias até problemas emocionais. Podem se especializar nessa área apenas médicos, odontologistas, veterinários e farmacêuticos. No entanto, apenas o médico pode praticar a parte clínica da homeopatia, cabendo aos odontologistas exclusivamente as questões em odontologia e aos farmacêuticos apenas a questão de produção da medicação. O conceito fundamental da homeopatia é tratar o paciente como um todo de forma individualizada, e não a doença. Assim, é procedimento de rotina que as consultas homeopáticas sejam extensas. Embora possa atuar em hospitais, a especialidade tem pouco espaço neste ambiente. Dessa forma, a atuação em consultórios e ambulatórios, onde ocorre um fluxo maior de pacientes estáveis, representa um campo mais interessante para homeopatas. Desde 2006, a homeopatia oferecida na rede pública de saúde. Uma boa relação médico-paciente é fundamental. O homeopata precisa também ter capacidade de reconhecer a necessidade de encaminhar o paciente para tratamento convencional em caso de patologia mais grave.

INFECTOLOGIA
Título de especialista em INFECTOLOGIA
Formação: 3 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Infectologia
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Infectologia

Resumo: é a especialidade médica que se ocupa do estudo das doenças causadas por diversos patógenos como príons, vírus, bactérias, protozoários, fungos e animais. A infectologia também é chamada de “doenças infecto-parasitárias” (DIP) ou “moléstias infecciosas e parasitárias” (MIP). No Brasil, a infectologia é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, sendo determinado que, além do curso de Medicina, o profissional deva fazer uma residência médica que tem a duração de três anos. O infectologista atua na prevenção primária (educação em saúde, vacinação, etc.) e na prevenção secundária (tratamento de doenças infecciosas e prevenção de incapacidade causadas por estas). O infectologia atua em pareceres e acompanhamento clínico, ambulatorial ou enfermaria ou políticas e atividades de prevenção, palestras/educação e ainda no controle do uso de antibióticos, desde a atenção primária, secundária, terciária e até quaternária, na área assistencial, pesquisa e vigilância epidemiológica. Caso o médico assim deseje, a residência em DIP é pré-requisito de uma nova residência como por exemplo Infectologia Hospitalar, Hepatologia e Terapia Intensiva. São cerca de 3.200 infectologistas registrados pela Sociedade Brasileira de Infectologia.

MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Título de especialista em MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Formação: 2 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de   Medicina de Família   e Comunidade

Resumo: O principal campo de atuação do médico de família é a prestação de cuidados primários, o que caracteriza esse profissional como o especialista em manejar os problemas de saúde mais frequentes que acometem a população sob sua responsabilidade. Capacitado para atender a pacientes desde o nascimento, os médicos de família, em um sistema estruturado, podem lidar com até 90% dos problemas de saúde. Nesta Especialidade Médica, o indivíduo é observado na sua componente biológica, psicológica e social. A Família, como unidade, é igualmente seu objeto de estudo. Admite-se que a doença de uma pessoa afeta toda a sua família, sendo o inverso igualmente verdade. Essencialmente esta especialidade desenvolve-se junto da comunidade. Além de dar resposta à maioria dos problemas de saúde, o Médico de Família deve adotar toda uma série de gestos de Medicina Preventiva assim como compreender a dinâmica familiar que envolve os seus pacientes. O médico de família e comunidade é, por excelência, um médico de Atenção Primária à Saúde, ou seja, deve ter um vínculo com seus pacientes antes mesmo deles adoecerem, e quando esses sentirem algo deve ser o primeiro médico a ser consultado. Dessa forma, nessa especialidade os médicos estão em uma posição privilegiada para fazer promoção de saúde, prevenção de doenças, diagnóstico precoce, e mesmo o tratamento de doenças que façam parte de sua capacidade clínica — na MFC não existe dicotomia entre prevenção e cura. O médico de família e comunidade atende a pessoas de todas as idades e gêneros, de maneira continuada e integral, trabalha em equipe interdisciplinar. Segundo a literatura mundial este profissional é resolutivo em 80 a 90% das questões que demandam assistência `a saúde. Esta especialidade resgata a relação médico-paciente prejudicada pela grande fragmentação, muitas vezes prejudicial decorrente da ultra-especialização da medicina.

MEDICINA DE TRÁFEGO
Título de especialista em MEDICINA DE TRÁFEGO
Formação: 2 anos CNRM: Programa de Residência Médica em Medicina de Tráfego
AMB: Concurso do Convênio AMB/Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

Resumo: A Medicina de Tráfego vai muito além de renovar habilitação. A especialidade é reconhecida pela Associação Médica Brasileira, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Comissão Nacional de Residência Médica. A Medicina de Tráfego não é tão popular, mas com muitas oportunidades. É responsável pela manutenção do bem-estar físico, psíquico e social do ser humano que se desloca, qualquer seja o meio que propicie a sua mobilidade. Essa especialidade cuida das interações entre o deslocamento, os meios e o homem, visando o equilíbrio ecológico. Sendo assim, essa especialidade se propõe a estudar as causas do acidente de tráfego, com o intuito de preveni-lo ou mitigar suas consequências. Além disso, a Medicina de Tráfego contribui com subsídios técnicos para a elaboração do ordenamento legal e a modificação do comportamento do usuário do sistema de circulação viária. Suas principais áreas de atuação são: Medicina de Tráfego Preventiva, Curativa, Legal, Ocupacional e Medicina de Viagem. A rotina do médico de tráfego é mais tranquila, se comparada à realidade das outras especialidades. Esse profissional atua nas clínicas conveniadas ao DETRAN. Em sua lista de atividades está, por exemplo, o exame de aptidão física e mental dos candidatos, identificando pressão arterial, acuidade auditiva, acuidade visual, campo visual, aparelho músculo-esquelético. Além da avaliação do condutor, há outras atuações para o médico de tráfego. Um exemplo interessante são as juntas médicas de trânsito, que cuidam daqueles candidatos que necessitem de carros adaptados. Há muita oportunidade de emprego para o profissional formado em Medicina de Tráfego, justamente por essa ser uma especialidade menos conhecida e com poucos especialistas no Brasil. No momento, há aproximadamente 3.600 médicos de tráfego registrados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego.

MEDICINA DO TRABALHO
Título de especialista em MEDICINA DO TRABALHO
Formação: 2 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Medicina do TrabalhoAMB: Concurso do Convênio AMB/Associação Nacional de Medicina do Trabalho

Resumo: A Medicina do Trabalho é a especialidade médica que lida com as relações entre homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, visando não somente à prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho, mas à promoção da saúde e da qualidade de vida. Tem por objetivo assegurar ou facilitar aos indivíduos e ao coletivo de trabalhadores a melhoria contínua das condições de saúde, nas dimensões física e mental, e a interação saudável entre as pessoas e, estas, com seu ambiente social e o trabalho. Está construída sobre dois pilares: a Clínica e a Saúde Pública. Para o exercício da MT, é importante que o profissional tenha uma boa formação em Clínica Médica e que domine os conceitos e as ferramentas da saúde pública. Além disto, o médico deve estar sintonizado com os acontecimentos do mundo do trabalho em seus aspectos sociológicos, políticos, tecnológicos, demográficos, entre outros.O campo de atuação da especialidade é amplo, extrapolando o âmbito tradicional da prática médica. De modo esquemático, pode-se dizer que é preferencialmente exercido: nos espaços do trabalho ou da produção – as empresas -, como empregado nos Serviços Especializados de Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho (Sesmt), como prestador de serviços técnicos, para a elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ou de consultoria; na normalização e fiscalização das condições de Saúde e Segurança no Trabalho (SST); na rede pública de serviços de saúde e no desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador; na assessoria sindical, nas organizações de trabalhadores e de empregadores; na Perícia Médica da Previdência Social, na atuação junto ao Sistema Judiciário como perito judicial em processos trabalhistas, ações cíveis e ações da promotoria pública; na atividade docente e na formação e capacitação profissional; na atividade de investigação no campo das relações entre saúde e trabalho; em consultoria privada no campo da SST.

MEDICINA ESPORTIVA
Título de especialista em MEDICINA ESPORTIVA
Formação: 2 anos
CNRM: Programa de Residência Médica em Medicina Esportiva
AMB: Concurso do Convênio AMB/Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e Esporte

RESUMO: A Medicina do Esporte (Esportiva) é uma especialidade reconhecida pelos conselhos que regem a medicina. Em 1962 foi criada a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).  No Brasil, a Medicina Esportiva possui quase 800 médicos especialistas e está ganhando mais força e adeptos devido à grande demanda desse profissional no mercado de trabalho atual. A Medicina do Esporte aborda questões sobre a atividade física, exercício físico e do esporte em pessoas de todas as idades, de todos os níveis de treinamento, com doenças ou sadias, com a intenção de prevenir, tratar, reabilitar, melhorar o desempenho e a qualidade de vida das pessoas. Assim sendo, a Medicina do Esporte atua em quase todas as especialidades entre elas: fisiatria, emergência, endocrinologia, pneumologia, cardiologia, ortopedia, pediatria, geriatria, reumatologia, ginecologia, otorrinolaringologia, etc. O médico do esporte tem em sua formação três anos de residência (especialização) médica, quando então é considerado um Clínico Geral voltado para a fisiologia de todos os sistemas do nosso organismo, e como o exercício pode atuar para beneficiá-lo. Faz parte da rotina do atendimento do médico dessa especialidade gerenciar o individuo como um todo na tentativa de atuar no objetivo do paciente, estimulando e impulsionando o mesmo a ter uma rotina de hábitos saudáveis, e consequentemente melhorar aquilo que o fez procurar um médico do esporte.

Quatro especialidade médicas concentram 39% dos especialistas do país

De acordo com o estudo do Perfil do Médico Brasileiro, juntas, quatro especialidades representam 38,4% de todos os títulos de especialistas no País. Clínica Médica tem 42.728 titulados, ou 11,2% do total. Pediatria, 39.234 titulados (10,3%). Cirurgia Geral reúne 34.065 especialistas (8,9%). E Ginecologia e Obstetrícia tem 8% dos titulados, ou 30.415.

Na sequência das especialidades com mais número de títulos estão Anestesiologia (com 6%)Medicina do Trabalho (4,2%), Ortopedia e Traumatologia (4,1%), Cardiologia (4,1%), Oftalmologia (3,6%) e Radiologia e Diagnóstico por Imagem (3,2%). Essas seis especialidades, somadas às quatro básicas, representam 63,6% de todos os títulos.

As primeiras 20 especialidades reúnem 80,4% dos profissionais titulados. Os outros 19,6% estão distribuídos pelas demais 34 especialidades. Oito delas têm menos de mil titulados cada. Genética Médica é a especialidade com menor número de titulados: são 305, ou 0,1% do total. As 59 “áreas de atuação” reconhecidas no País, que são derivadas, relacionadas ou ligadas às especialidades, não fizeram parte do estudo.

Como escolher a residência médica. tabela mostra o número de médicos por especialidades no Brasil. Clínicos são a maioria: 42.728 ou 11% do total. Em segundo, pediatras com 39.234 profissionais
Tabela mostra número de profissionais médicos por especialidades no Brasil
Mais de 62% dos médicos brasileiros têm um ou mais títulos de especialista

Do total de médicos em atividade no País, 62,5% têm um ou mais títulos de especialista. Por outro lado, 37,5% não têm título algum. São 282.298 especialistas e 169.479 generalistas (médicos sem título de especialista). A razão é de 1,67 especialista para cada generalista.

O dado, uma das conclusões da Demografia Médica 2018, permite afirmar que o número de especialistas vem crescendo no Brasil, sobretudo em função da expansão de programas e vagas de residência médica. O trabalho permite ver também a distribuição de médicos especialistas e generalistas entre as grandes regiões e pelas unidades da federação.

A pesquisa considera apenas os dois caminhos oficiais que levam o médico a ser reconhecido como especialista no Brasil: a conclusão de programa de residência médica e a obtenção de título via Sociedade de Especialidade Médica.


Expansão de programas e vagas de residência médica faz numero de especialistas crescer, diz estudo sobre perfil do médico brasileiro

Estudo contempla vários cenários

O estudo adotou o termo “generalista” para designar o médico sem título de especialista. São considerados os médicos com títulos em 54 especialidades médicas reconhecidas, em vários cenários (por estado, região, sexo, faixa etária e pelo número de títulos por especialidade).

Especialistas com mais de um título foram contados pelo estudo em cada especialidade. Portanto, o número de títulos de especialistas (381.506) é maior que o número de médicos especialistas (282.298).