Saiba como é a residência médica em Infectologia

Especialista em Infectologia: conhecimento diversificado e diferentes áreas de atuação

O médico Infectologista é um profissional com conhecimento diversificado que vai além da clínica médica, abrangendo aspetos da epidemiologia, imunologia, e as várias interfaces relacionadas aos processos infecciosos. 

Conforme a Sociedade Brasileira de Infectologia, a especialidade reúne médicos em diferentes áreas da assistência à saúde. Entre elas, área hospitalar e clínica, vigilância em saúde, diagnóstico e enfrentamento de epidemias, estudos de doenças emergentes e reemergentes.  O Infectologista é o médico especialista com reconhecimento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Especialista com reconhecimento do Conselho Federal de Medicina (CFM), o infectologista é capacitado para diagnosticar as doenças infecciosas que podem ser provocadas por vírus, bactérias, fungos entre outros microrganismos.

Como é a função do infectologista

A função do infectologista no consultório, clínica ou hospital, é, em linhas gerais, fazer diagnóstico clínico, promover medidas preventivas, tratar pacientes com infecções causadas por microrganismos e muitos casos são, em geral, encaminhados por outros especialistas.

O objetivo do infectologista é investigar, propor uma terapia adequada e sobretudo prevenir processos infecciosos, além de analisar clinicamente o quadro em questão. Deve, ainda, acompanhar os pacientes para promover uma melhor qualidade para a saúde do paciente.

COMO SE TORNAR UM MÉDICO ESPECIALISTA EM INFECTOLOGIA

Para se tornar um infectologista, o estudante de Medicina, concluída a graduação, deve optar por uma Residência Médica em Infectologia, que seja credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Ainda segundo a SBI, os programas de residência em Infectologia funcionam desde 2004 e, a partir de 2006, foram uniformizados em todo o país, com igual tempo de duração e mesmo conteúdo programático, passando a ser chamados de Residência Médica em Infectologia.

O graduado em Medicina também pode obter o Título de Especialistas em Infectologia. Para isto, ele é submetido a exame realizado pela SBI. O resultado do exame é homologado pela Associação Médica Brasileira. Em 2005, foi aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) uma nova regulamentação que especifica as regras para que o profissional possa manter-se especialista: foram criados o Certificado de Atualização Profissional e a Comissão Nacional de Acreditação, entre outras novidades.

PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM INFECTOLOGIA

A residência médica oferece a formação necessária e adequada para que o médico se torne um especialista em Infectologia. Extensa legislação apoiada em portaria, leis, decretos e resoluções regulamenta essa área. A uniformização dos programas permitiu que todos passassem a ter duração mínima de três anos.

Todos os programas de residência médica são credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), órgão ligado ao MEC. Ao todo, existem 52 programas de Residência Médica nas diferentes regiões do país.

PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA

Segundo determinação da CNRM, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) é a instituição responsável pelo acompanhamento e avaliação de todos os Programas de Residência Médica em Infectologia em todo o país. Na residência médica, 80% das atividades estão voltadas à prática e 20% são destinadas ao ensino e pesquisa.

Outro avanço nos programas de residência médica em infectologia foi a uniformização no tempo de duração. A partir de 2003, foi definido que o tempo para a formação de um médico especialista em infectologia deve ser de três anos, sendo o primeiro ano em clínica médica e os outros dois na especialidade.

Há ainda a possibilidade de um quarto ano adicional ou de área de atuação, na qual o médico pode se especializar um pouco mais em infecção hospitalar ou em outros temas pertinentes à área.

CONTEÚDO DO PROGRAMA

A uniformização equiparou os programas de residência médica em Infectologia das diferentes regiões. O programa conta com tudo que o especialista é obrigado a saber. Porém, em função das diferenças regionais, cada programa poderá dar mais ênfase nas patologias de maior prevalência na região. A Sociedade Brasileira de Infectologia considera que a residência é o melhor caminho para preparação técnico profissional de alto padrão.

PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM INFECTOLOGIA

Os programas de residência médica em Infectologia credenciados na CNRM são de acesso direto, não sendo exigidos pré-requisitos, e têm tempo de duração de três anos. Deverão ser desenvolvidos em instituições que possuam, pelo menos, um programa na área clínica e/ou na área cirúrgica.

A estrutura dos programas de residência médica deve compreender entre 80 a 90% da carga horária alocada nas atividades de treinamento em serviço, destinando-se 10 a 20% para ações teórico-complementares.

 Entende-se como atividades teórico-complementares as sessões anátomo-clínicas; a discussão de artigos científicos; as sessões clínico-radiológicas e clínico-laboratoriais; os cursos, palestras e seminários.

Nas atividades teórico-complementares devem constar, obrigatoriamente, temas relacionados com Bioética, Ética Médica, Metodologia Científica, Epidemiologia e Bioestatística.

Recomenda-se a participação do Médico Residente em atividades relacionadas ao controle das infecções hospitalares. Por se tratar de uma especialidade que contempla sub-divisão em áreas de atuação, é permitido o oferecimento de anos opcionais e adicionais para aprofundamento dos conhecimentos e habilidades técnicas específicas naquelas áreas, com prévia aprovação da CNRM.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO MÉDICO RESIDENTE

Na avaliação periódica do médico residente serão utilizadas as modalidades de prova escrita, oral, prática ou de desempenho por escala de atitudes, que incluam atributos tais como: comportamento ético, relacionamento com a equipe de saúde e com o paciente, interesse pelas atividades e outros a critério da COREME da Instituição.

A frequência mínima das avaliações deverá ser trimestral e, a critério da instituição, poderá ser exigida monografia e/ou apresentação ou publicação de artigo científico ao final do treinamento. Os critérios e os resultados de cada avaliação deverão ser do conhecimento do médico residente.

 A promoção do médico residente para o ano seguinte e a obtenção do certificado de conclusão do programa dependem:

a) do cumprimento integral da carga horária do Programa;

 b) aprovação obtida por meio do valor médio dos resultados das avaliações realizadas durante o ano, com nota mínima definida no Regimento Interno da Comissão de Residência Médica da Instituição.

O não cumprimento destes itens são motivos de desligamento do médico residente do programa. A supervisão permanente do treinamento do médico residente deve ser realizada por docentes, por médicos portadores de certificado de residência médica da área ou de especialidade, ou título superior, ou possuidores de qualificação equivalente, a critério da CNRM.

 Requisitos para credenciamento do programa

Primeiro ano: treinamento nas principais especialidades clínicas.

a) unidade de internação: mínimo de 40% da carga horária anual;

b) ambulatório: mínimo de 20% da carga horária anual;

c) urgência e emergência: mínimo de 10% da carga horária anual;

d) estágios opcionais: mínimo de 10% da carga horária anual;

Segundo ano

a) unidade de internação: mínimo de 30% da carga horária anual;

b) ambulatório e/ou leito dia e/ou interconsultas: mínimo de 20% da carga horária anual;

c) urgência e emergência: mínimo de 15% da carga horária anual;

d) estágios opcionais: mínimo de 15% da carga horária anual;

Terceiro ano

a) racionalização e controle de antimicrobianos: 20% da carga horária anual;

b) consultoria à assistência de pacientes internados: 15% da carga horária anual;

c) ambulatórios especializados: DST/Aids, Hepatites virais, Tuberculose, Endemias regionais, pacientes imunocomprometidos: 20% da carga horária anual;

d) controle e prevenção de infecções hospitalares: 15% da carga horária anual;

e) estágios opcionais: 10% da carga horária anual. Imunização, Imunologia Clínica, Microbiologia Clínica e Micologia Clínica.

Infra-estrutura mínima da instituição para oferecer treinamento na especialidade: laboratório de análises clínicas com microbiologia e imunologia, serviço de patologia, preferencialmente com necropsia e setor de diagnóstico por imagem.

Links úteis

Organização Mundial de Saúde (OMS)

http://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/

Ministério da Saúde

http://portalsaude.saude.gov.br/

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais

http://www.aids.gov.br/

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

http://portal.anvisa.gov.br/

Conitec – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS

http://conitec.gov.br/

Fundação Oswaldo cruz

https://portal.fiocruz.br/pt-br

Instituto Butantan

http://www.butantan.gov.br/Paginas/default.aspx

Instituto Emílio Ribas

http://www.emilioribas.sp.gov.br/

Associação Médica Brasileira (AMB)

https://amb.org.br/

Conselho Federal de Medicina (CFM)

https://portal.cfm.org.br/

Instituto Evandro Chagas

http://www.iec.gov.br/portal

fonte: Texto adaptado do site da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) – https://www.infectologia.org.br